terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fechar-te a boca














Hei-de fechar-te a boca com um beijo.
Calar-te com o silêncio das línguas que vagueiam
Na indecência da tesão.
Não mais palavras
Senão gemidos.
E o espanto dos amantes.
Despir-te-ei, corpo e alma
Com a minha boca e
Desvendarei todos os teus segredos.
Hei-de invadir-te com o meu silêncio
E deixar apenas que nos incendeies.
Não mais espaço entre nós
Senão o fogo dos que se procuram.
Deixar-te-ei livres os olhos
Para que me procures na tua senda,
E exausto do pó dos caminhos
Possas sempre regressar
E descansar em mim.

1 comentário:

Armindo de Vasconcelos disse...

Que cores tem a roupa que te dispo
Qual o travo do beijo, a febre do corpo?
E que mel silvestre veste os contornos
Do suspiro, do sussurro, da língua?
Fosse eu o fundo, nunca imaginado,
O lento passar das horas de um sorriso