sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Desvario


















Gosto quando os teus olhos vêm em voo picado sobre os meus,
Desafiando a gravidade, a moral, e todas as regras que os homens,
e Deus,
Impuseram a si mesmos.
Gosto da tua boca invasora
Que chega de mansinho, como uma pomba e
Me devora viva, qual abutre em festim solitário.
Gosto do desvario do teu corpo,
ensandecido e incendiário,
bailando sobre o meu.
Gosto quando me abres o seio e
vens saciar-te no meu coração.
Gosto dos teus gestos puros de vampiro,
Que me acendem o sangue e a paixão.
Gosto das tuas mãos rasgando a minha pele
Como a quilha dum barco que sulca o rio,
E do uivo das tuas entranhas no êxtase do cio.

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