segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Eterno momento

















Ouso querer quem me desperte,
como luz do sol por entre a negra floresta
onde me escondo.
Ouso querer quem me inflame,
como hélio no espaço interno duma estrela.
Alguém que caminhe para mim,
e a meu lado,
como quem marcha sob um hino de guerra
e depois me abrace e me embale,
com a doçura dos caminhos de infância na aldeia,
à luz da madrugada.
Ouso esperar por esse alguém,
mestre na sinfonia do amor,
maestro que dilua em nós a inspiração e
componha em mim a sua obra-prima.
Alguém que venha dedilhar
nas teclas ávidas do meu corpo
um arrebatador prelúdio e
faça vibrar em harmonia as cordas
sensíveis da minha alma.
E nos gestos de ternura,
no mais profundo silêncio,
nada ficará por dizer,
num momento eterno de amor.

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