quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ad Hominem II - Ama-me porque sou...


















Ama-me como eu sou.
Ama-me por ser eu.

Recuso a perfeição!
Humana sou e imperfeita.
Mas orgulho-me de Ser!
Porque nao existo apenas.
Sou!

Ah, não me faças perguntas difíceis!
Não me perguntes como sou.
Não me perguntes quem sou.
Não me perguntes o que procuro.
Sou apenas eu.
Talvez, quem sabe, em busca de ti.

Pergunta-me antes de que cor são os olhos dos sábios.
Pergunta-me em que lugar secreto se escondem os arco-íris deste mundo.
Pergunta-me que mágica alquimia pode transformar em verdade os sonhos dos deuses.
E eu responder-te-ei ou procurarei para ti uma resposta
Nos velhos Livros da Vida.
Mas não me faças perguntas difíceis.

Ama-me por ser eu.
Ama-me como sou.
Ama-me!

Ama-me,
Terna ou guerreira,
Covarde ou heroína,
Feliz ou infeliz,
Rebelde ou resignada,
Virgem ou fatal,
Menina ou mulher.

Sou apenas eu e todas elas.
Sou o que sou.
O que está nas tuas mãos.

Ama-me por estar dentro de ti.
Ama-me por estares dentro de mim.

Mas não me peças para ser outra que não sou!

Não me queiras num altar
com a alma vestida de pedra ou porcelana.
adornada de ouro e flores,
à luz das velas da devoção dos outros.
Intocável.
Infértil.
E só.

Ama-me,
Nua,
Despojada,
Plena,
Insubmissa,
Mas Mulher,
Ao alcance das tuas mãos peregrinas.

Fertiliza-me com esse amor
Que exilaste de ti,
Que te recusas.

Ama-me como sou.
Sou para ti.
Sou apenas tua.

E sou eu!

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