domingo, 24 de janeiro de 2010

Arúspice
























Athame e Bolline
Vassoura
Bastao e
Tesoura.
Teixo, freixo
E Manjericão,
Artemísia, Salgueiro
E avelaneira.

Eu fui feiticeira,
Filha da Lua,
Vestida de céu.
Sem mágoa ou pecado
Ardi na fogueira
Na noite mais nua
Envolta no breu
Do tempo passado.

E no Livro das sombras
Que hei-de escrever
Erguida das cinzas
Da água, da terra e do ar,
No Esbath lunar
Serei a mulher
Que te há-de encantar.

Poções e magia
Chuvas e ventos,
Benção, oração,
Orgia, Alegria
Na feitiçaria,
Na calma e na alma,
Celebração.

Equinócio e solstício
Covent de bem querer
Sabath encantado
Eclipse de paixão.
O meu sacrifício
Há-de trazer
O mago amado
Ao meu coração.

Arúspice negro
Que me rasga as entranhas
E a morte me dá
Em terras tão estranhas
Tão vis e tamanhas
Que anjo será?
Que mal eu te fiz,
Oh bruxo aprendiz?

Asas de morcego, canela e mel,
Brilho das fadas, urzes do chão,
Mandrágora e vinho, pele de cascavel,
Unhas e dentes e pós de dragão,
Tudo juntinho, ardendo na chama,
Tudo fervendo no meu caldeirão.
E um gato preto, pelo sim, pelo não
Velando o feitiço, na minha cama.

Anjo insubmisso, eu quero
Um feitiço bem forte,
Pela água, terra, fogo e o ar,
Pela triste sorte em cada morte.
Te darei a força, ficarei exangue,
E quando nada mais tiver para te dar,
Dar-te-ei a vida, dar-te-ei o sangue.

A alma, não,
Que não é minha para dar.
Veio das estrelas,
P´ra lá do Luar.
Ergue-se o cálice
Abençoado,
O branco feitiço
está consumado.

Reencarnar?
Só para te encontrar.

1 comentário:

Claus disse...

Olá!
É um dos mais belos poema que eu já li!

Amei seu blog,é tudo lindo de mais!


Beijo:)