domingo, 24 de janeiro de 2010
De ti fiz um poema
De ti fiz um poema.
Poeta não!
Poetas são tolos que pensam domar os sonhos
Com a sua rima frágil de palavras.
Confiante, escrevi-te
E li-te até te saber de cor.
Trepei pelo poema acima,
Palavra por palavra,
Rima por rima,
mas pobre de mim,
Ganhaste asas
E voaste,
Pleno de poesia.
No espaço te afastaste
Levando o poema que eras contigo.
De ti fiz um poema.
Poeta não!
Poetas são meros espectadores do mundo
De dentro de si próprios, da sua criação.
Tu eras para mim a própria arte.
Eu, pobre aprendiz de poeta,
Caí do poema abaixo,
Do vazio que o meu poema inacabado deixou.
Tropecei na palavra fim,
Que tu deixaste algures, e lá fiquei,
Pequena e insignificante
Como um ponto final,
Que tudo o que tem pela frente
Não é mais do que o branco
Duma página em branco.
Tudo quanto restou.
Vazio dum poema que o poeta não terminou.
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