Fosses tu árvore,
Eu seria Outono
Para te desnudar com um sopro,
Te banhar na seda da chuva
E depois rodopiar á tua volta
Sussurrando sei lá que disparates de amantes.
Fosses tu terra,
Eu seria Inverno,
Para te abraçar húmida e fogosa
Com a fúria de todos os rios
E depois, mansamente,
Me espraiar e repousar em ti.
Fosses tu semente,
Eu seria Primavera,
Para te ver despontar em flor,
Crescer no suspiro de pássaros apaixonados
E depois beijar-te, como quem chora,
No orvalho da manhã.
Fosses tu Lua,
Eu seria Verão,
Para te fazer gemer de luz
No cio do estio de Agosto,
E depois finalmente adormecer em ti, como quem morre,
Velada pelo branco puro do linho do teu amor.
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