Acreditei num sonho.
E um trono criei
para um rei.
Mas o meu próprio trono eu usurpei.
Ele chegou
sem corcéis nem paladinos,
somente uns olhos peregrinos
em busca de amor.
Nada pediu. Ousou.
Nada pediu. Conquistou.
Nada pediu. Tomou.
Mas não era meu esse rei
e o meu próprio trono eu usurpei.
Efémero esse reinado
em que cri e que criei.
Para um rei.
Nada lhe pedi. Tudo lhe ofereci.
Como chegou, partiu.
Dizem que se fez ao mar...
Levou-me o coração
na palma da sua mão.
Ahoy, ahoy, meu rei
detém o teu navio
que o meu pobre coração
não aprendeu a navegar.
Como chegou, partiu.
Nada me deixou ficar
senão estas mãos vazias,
eternamente frias.
E nunca mais ninguém o viu.
Dizem que se fez ao mar...
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